quinta-feira, 26 de março de 2009

Buenos Aires en Choque


Bruna Soares, Francisco, Mauro, Michelle e Thais Montesso


Exposição visitada: Buenos Aires en Choque – Choque Cultural

“Doma, Fase, Run Don’t Wak e Buenos Aires Stencil desembarcaram no Brasil para mostrar a essência do pop portenho, que mistura influências estrangeiras, principalmente européia, com crises socioeconômicas, expressividade e realidade local. Um estética de impacto visual, expressão crua e produção independente.
A Choque Cultural é responsável por trazer praticamente toda a cena que comanda o novo muralismo de Buenos Aires, em uma iniciativa pioneira – mas que já é uma característica da galeria – em que concentra não só as obras, mas recebe os artistas in loco, investindo no intercâmbio cultural entre artistas e manifestações de diversos países.
Os quatro coletivos apresentam esse movimento em um exposição multimídia com serigrafias, telas, instalações e intervenções urbanas. Durante a exposição em São Paulo, os integrantes do Fase farão um happening de co-criação utilizando o Tagtool, ferramenta de projeção criada por um coletivo austríaco, que permite a participação do público em tempo real, na rua ou em qualquer outro espaço. A idéia do projeto chamado SMILE é realizar projeções provisórias que formatam murais animados, por meio de um código aberto/setup multiuso (www.tagtool.org).
Os argentinos sediados em Buenos Aires fazem parte de uma geração que se formou nos anos 90 e participou de uma primeira explosão na crise argentina de 2001. Nos últimos dez anos, esses grupos tem se caracterizado pelo trabalho coletivo e buscado explorar técnicas, como ilustração, estêncil e pôsteres, além de instalações, grandes murais, web arte, arte performática e música.”

A exposição segue de 7 de março a 25 de abril de 2009. Terça a sábado, das 12 às 19hs. Entrada gratuita. Choque Cultura – Rua João Moura, 997.


Opinião do grupo:

Para um grupo de desconhecedores da arte de rua, a primeira coisa que salta aos olhos ao entrar na galeria é a intensidade daquilo que está sendo exposto. As obras inusitadas e as fortes cores que, além de estarem nas composições artísticas, aparecem grafitadas nas paredes, têm um efeito chocante para os visitantes que esperavam clássicas telas dispostas em paredes brancas. Esse ambiente inteiramente decorado com cores tão vivas, junto ao tamanho da pequena casa que se transformou em galeria, pode até chegar a ser sufocante para alguns. Já, para os amantes desse tipo de arte, a exposição certamente é deslumbrante.
A idéia que tínhamos ao pensar em arte de rua, em geral, é a de que ela tem um caráter social muito presente e que foi essa a sua origem. Nesse aspecto, o que se pôde notar ao longo da exposição foi que ela realmente traz, em si, muita força e inquietude. No caso dos artistas em questão, essa inquietude pode ser relacionada aos problemas econômicos e políticos pelos quais a Argentina passou durante os primeiros anos do século.
Fica a dica para os aficcionados, pois, em Buenos Aires en Choque, a arte de rua parece ter sido levada às últimas conseqüências.

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